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domingo, 10 de fevereiro de 2019

EDIFÍCIO SEABRA - PRAIA DO FLAMENGO,88 esquina com rua Ferretra Viana.




Site: diariodorio.com

As reações variam do estranhamento à admiração, mas não há quem passe pela Praia do Flamengo sem perder alguns instantes absorvendo os detalhes do edifício escuro, com base de granito, colunas e arcos, que se destaca na esquina com a Rua Ferreira Viana. Em estilo eclético, a construção de 12 andares foi inaugurada em 1931, numa época em que o Aterro do Flamengo ainda não existia e o chique era viver em casarões. Mas a monumentalidade e o luxo do edifício acabaram contribuindo para uma mudança de mentalidade entre as classes mais abastadas sobre o significado de morar bem.

Encomendada pelo banqueiro e bem-sucedido industrial do ramo têxtil, o comendador português Gervásio dos Santos Seabra, a construção do prédio surpreendeu a cidade na época. Ele era casado com a italiana Assunta Grimaldi Seabra, que queria erguer um edifício ao estilo da Primeira Renascença, uma maneira grandiosa de aproximar a matriarca de suas origens.

Dona Assunta era descendente de nobres, parente do príncipe Rainier, de Mônaco, e exigiu que as obras seguissem os moldes europeus. Foi então contratado o arquiteto italiano Mario Vodret — conta Maria Araujo, autora de “Palais Seabra/Edifício Seabra”, publicação bilíngue de 2011, que conta a história do prédio e da família.

As obras começaram em 1930, e o prédio foi executado pela empresa J.A.Costa & Cia. Em sua construção foi usado pela primeira vez o granito nacional, mas boa parte do material empregado foi importada.

— Embora suas linhas sigam o estilo Primeira Renascença, o prédio tinha detalhes modernos para a época. Foi o primeiro do Flamengo a ter incinerador de lixo — diz.

Se do lado de fora o prédio tem elementos arquitetônicos que colaboram para o aspecto sombrio, lembrando o edifício Dakota, em Nova York, no interior a delicadeza e a riqueza de detalhes impressionam. O hall divide-se em duas alas, com escadarias de mármore italiano de degraus amplos, e nas paredes há desenhos geométricos com aplicações em ouro. Lustres e arandelas em ferro batido dão um toque aristocrático aos ambientes.

Fonte: Jornal O Globo
Simone Candida, Ludmilla de Lima, Rodrigo Bertolucci e Paula Autran
19/10/2014 - 07:00 / Atualizado em 21/10/2014 - 17:16

Tombamento: Municipal - 1995.

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